quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Veronique

Era um rapaz tão obstinado quanto os gandulas das partidas de tênis. Ia ser pai e sua vida girava em torno disso, assim como os cachorros tentam alcançar o próprio rabo. O chá de bebê transcorria ordinariamente. Resolveu dar uma mijada. Na saída do banheiro, deu de cara com Tia Veronique. Tia Veronique era chata para caralho. Antes que ela tomasse fôlego para falar alguma coisa, foi para a sala. Sentou. Mentalizou mais uma vez que tudo acabasse logo e ele pudesse ver um pouco de pornografia na internet, quando sua mulher dormisse. Virou para o lado. Tia Veronique vinha em sua direção. Tinha retocado o batom. Sua voz era um pássaro que passava perto da janela: “Príncipe... Mijou e não caiu nenhuma gotinha fora da privada.”

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